quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Tudo pode acontecer numa aula de Literatura Lúdica

Miguel Torga

Na aula de Literatura Lúdica, hoje falou-se de Miguel Torga.
Já se tinham lido alguns textos deste autor e os alunos tinham levado o desafio de interpretarem um dos seus poemas alusivos ao Natal e de descobrirem a sua simbologia.
Era um trabalho de casa com alguma dificuldade, que exigia pesquisa e também poder de análise.
Fora da aula, a Professora espicaçava os alunos, motivando-os à participação, convencida, no entanto, de que as múltiplas actividades em que todos andam envolvidos não lhes deixaria tempo para se preocuparem com tal assunto.
E então, hoje a aula aconteceu...
As participações atingiram os cem por cento, para espanto da responsável da disciplina.
E que participações!
Algumas alunas fizeram um trabalho de pesquisa esplêndido, criativo, onde não faltou a referência ao sentimento telúrico de Torga, à sua ambiguidade religiosa, ao humanismo, etc, etc, etc.
Os alunos apresentaram uma interpretação mais pessoal, menos trabalhosa, claro — porque... o pronome “eu” do verbo ” trabalhar” usa-se mais no feminino — , mas nem por isso menos interessante, com alguma picardia política e não só.
E vejam lá que um deles até declarou que a poesia, e estou a citar, devia vir sempre acompanhada de “ manual de instruções” para se poder compreender!
Porém, o momento mais emocionante da aula e que me levou a contá-lo no blog, surgiu quando, uma das alunas, depois de ter ouvido as interpretações dos colegas, declarou que não tinha feito nada em casa, mas que facilmente ali dava a sua opinião. E eis senão quando desatou a falar sobre um “Menino Jesus” que...não era afinal o do poema em análise, mas de um outro que, constando embora da página impressa, não tinha a ver com... esta aula!
Pois é, e entre risos e propostas de viagens a S. Leonardo de Galafura, assim terminou mais esta hora Literatura Lúdica onde, qualquer interpretação mais...bizarra é sempre possível!

MH

2 comentários:

Albertina Vaz disse...

Como é ... aquela viagem a S. Leonardo de Galafura (ele há cada nome de terra...) caiu?

Eu cá gostava de lá ir! Porque não a um sábado, quando os transportes da Câmara não são precisos para as escolas?

Maria Helena disse...

Ok. deixe o tempo ficar melhor e tratamos disso