segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Olhei os teus olhos de avelã





Olhei os teus olhos de avelã

Olhei os teus olhos de avelã
e sorri…
sorri para enganar o tempo,
sorri para me enganar a mim.
E o tempo que é bom enganador
sorriu três vezes e pôs-se a pensar…
que era melhor partir
para mais tarde… voltar.
Olhei os teus olhos de avelã
que já não sonhavam
que já não sorriam,
olhavam, mas em silêncio de medo
já nada viam…
E os teus olhos de avelã
pararam no tempo…
E o tempo chegou
e contigo ficou nessa manhã,
em que pararam no tempo
os teus olhos de avelã.
Lá fora, o sol da Primavera
veio brincar nos teus cabelos brancos
e nas ervas dos campos
que pisaste no caminho…
Lá fora o sol da Primavera
vestiu de verde as flores
que te viram sorrir…
Lá fora o tempo não parou
E correu apressado.
Olhei os teus olhos de avelã
e tristemente sorri.
Olhaste, mas… já não viste.



Odete Filipe

1 comentário:

Unknown disse...

Odete
Sorri muito ao ler o teu poema e nunca deixes que o sorriso se apague.
Gostei muito e só gostava de ter tempo para ter tempo para fazer tantas coisas que gosto, mas um dia talvez tenha tempo ...
Um abraço e não desistas de escrever.
um abraço
Paula Pinto