terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Provocação dirigida a quem gosta de pensar...

José Saramago

Provocação
Aqui fica uma provocação dirigida a quem gosta de pensar e tem a competência da leitura.
(Os alunos de Literatura Lúdica também podem candidatar-se)
José Saramago é um autor contemporâneo português, muito contestado, mas a quem foi atribuído o prémio Nobel da Literatura.
Que razão estará subjacente a essa atribuição?
A resposta mais sintética, original e convincente receberá um prémio surpresa.

8 comentários:

Unknown disse...

Eu gostaria de participar.
Gosto de pensar um pouco mas não tenho a competência, repito, a competência da leitura.
Mas à margem da proposta gostaria de emitir a minha opinião sobre a atribuição do prémio Nobel a José Saramago:
Em 1998, certos políticos do PSD, fundamentalistas religiosos, não estavam em condições de poder impedir que o governo português fizesse lóbing(como fez)em favor da candidatura de JS; se estivessem no poder o laureado seria outro, decerto.

Albertina Vaz disse...

Olá Vitor!

Pois o quee aconteceu em 1991 foi que o governo português, nomeadamente o Dr.º Sousa Lara, julgo que era o então Secretário de Estado da Cultura, não só não o apoiou como vetou a candidatura do "Evangelho segundo Jesus Cristo" ao Prémio Literário Europeu. Este romance ganhou em 1991 o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores e a seguir são-lhe concedidos inúmeros prémios internacionais. Como o Vitor disse "fundamentalismos religiosos" que confundem o que é uma obra literária de incontestável valor com ataques a instituições.
Mas de Sousa Lara poucos se recordaram daqui por alguns anos, enquanto que Saramago é lido e estudado em todo o mundo porque, conforme refere a Academia Sueca que lhe atribuiu o Nobel possui "a capacidade de tornar compreensível uma realidade fugidia, com parábolas sustentadas pela imaginação, pela compaixão e pela ironia"

Maria Helena disse...

Eu volto a incentivar todos os participantes da US a manifestarem aqui a sua capacidade de reflexão. Todos temos algo a dizer, mesmo que seja criticar a "provocação". Vá lá, vamos arriscar!

Maria Helena disse...

Olá senhores comentadores!
Sobre as provocações que Saramago faz a Deus, só gostaria de dizer que eu sou católica, crente, mas crítica!
Entendo que cada pessoa tem o direito a uma opinião que eu aceitarei ou não, mas se me obriga a uma reflexão, já foi bom!
Obrigada pela vossa participação.

Albertina Vaz disse...

Retomando o tema do desafio apetecia-me dizia que “um profeta só é desprezado na sua terra e na sua própria casa” como dizia S. Mateus. Referia-se a Cristo e como Cristo foi maltratado pelos seus pares.
Efectivamente o nosso passado histórico está repleto de valores que foram desprezados em vida e aclamados depois de terem desaparecido. Veja-se, a título meramente exemplificativo, o que aconteceu com Camões.
Felizmente Saramago não é só um português, é um cidadão do mundo. Por isso a Academia Sueca não teve dúvidas em premiar a obra de um escritor que de tão grande tanto nos devia orgulhar.
E terá sido Saramago um profeta? A esta questão só as futuras gerações poderão responder. Mas eu atrevo-me a dizer que até Eça de Queiroz, que hoje tanto elogiamos, também foi um profeta no seu tempo.
José Saramago é um escritor polémico porque fala de temas de todos os dias que não queremos ver questionados. Mas eu pergunto. o que será melhor: ter ideias definitivas ou questioná-las permanentemente? A mim Saramago põe-me sempre a pensar e isso é o que eu mais lhe agradeço.

Maria Helena disse...

Concordo consigo, Albertina.
Porém, Saramago foi vítima da sua própria pessoa.Não teve um relacionamento muito cordial com algum sector social o que fez também com que a sua obra não tivesse sido devidamente apreciada... até por quem nunca o leu!
Mas discutiremos isso numa das próximas aulas, tal como já abordámos a temática da pontuação.

Unknown disse...

Pois eu, apesar de ter dificuldae em me expressar, acho que tenho essa competência da leitra ou seja:
-Sei ler;
-Tenho opinião sobre o que leio e sobre tudo tenho livre-arbítrio, pelo que posso e devo escolher o que leio e a leitura deste livro, pontualmente, fere a minha sensibilidade religiosa, embora esteja muito longe de pertencer aos radicais.
Lamento não conseguir gostar deste célebre escritor tão importante que até recebeu um prémio nobel.

Manuel disse...

Sobre a minha competência de leitura cabe à Prof.ª Maria Helena e aos colegas fazer a respectiva avaliação...
Sobre o autor, JS, que tantas vezes escreveu sobre religião, nomeadamente
,criticando a religião católica, nunca o vi debruçar-se sobre
as questões ligadas à sua ideologia, que quase se transformou noutra religião. Penso que também aí haveria muito a criticar, mas ele não foi por aí...