segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Dançando com a diferença


Passeando informalmente


No dia 28 deste mês o grupo “Dançando com a diferença” apresentou no Teatro Aveirense um espectáculo de impressionante qualidade que não conseguiu deixar ninguém indiferente.
Trata-se, como pude constatar, dum grupo de bailarinos que fazem parte da Associação dos Amigos da Arte Inclusiva – Dançando com a Diferença, cujo Director Artístico é o Prof. Henrique Amoedo. Este grupo nasceu no Funchal e o seu trabalho é já conhecido no Continente e em muitos países europeus.
Após o espectáculo não pude deixar de pensar em como somos pequenos quando nos queixamos da pele enrugada, dos anos que vão passando, das doenças que nos afectam dos nossos pequenos problemas do dia-a-dia e temos ao nosso lado jovens que sabem que a “sua limitação é grande mas as suas possibilidades são muito maiores”.

Impressionante é ver um invisual que só percebemos que o é quando se dirige a nós e nos saúda com um “Boa noite” e a seguir nos conta que também poderia ser bom dia porque para ele a noite é igual ao dia. Mas que os seus sentidos vêem muito mais do que os olhos do espectador que o acompanha nesta noite.
Fenomenal é dançar sem limites tendo uma deficiência motora ou um síndrome de Down ou uma deficiência mental e conseguir concentrar esforços num trabalho de equipe em que tudo é calculado ao milímetro para que ninguém se distancie sem apoio do companheiro.
É verdade que por detrás de todos existe um Professor empenhado, uma Associação de pais e Amigos que sorriem por cada vitória que alcançam, por cada pequeno degrau que sobem, por cada grito de revolta e por cada abraço pela tarefa cumprida com êxito. É verdade que cada passo é um virar de página e um recomeço no dia seguinte. É verdade que o êxito com que se apresentam os leva a exigir todos os dias um pouco mais.
Mas não desistiram. Têm a seu lado um professor que lhes diz “ O público pagou o bilhete e tem que gostar. Não me interessa a deficiência, isso não tem que estar à frente do resultado artístico” E é desta forma que conseguem continuar. Trabalhando no duro. Em 2008 uma das participantes deste grupo entrou no Conservatório de Dança do Funchal. Ela quer ser uma “bailarina famosa” como proclama durante o espectáculo. Ela dança em cadeira de rodas. E deixa-nos com um desafio: “Nós não temos corpos perfeitos e somos capazes”.
Convido-vos a visitar o seu site na Internet em www.aaaidd.com e a partilhar com eles o prazer da vida e a superação das nossas dificuldades tão pequenas diante de tão grande talento.

Albertina Vaz

1 comentário:

Albertina Vaz disse...

Faltou dizer que um grupo de amigos que até são alunos da US esteve presente e pôde apreciar a excelência do espectáculo.