quinta-feira, 25 de março de 2010

Alunos da Universidade Sénior visitam "Silêncios" de Eduardo Gageiro


Carlos Duarte, à esquerda, com alunos da US

Exposição patente até 6 de Junho
no Centro Cultural de Ílhavo


Hoje, dia 25, alguns  alunos da disciplina fotografia/comunicação estiveram no Centro Cultural de Ílhavo a visitar a exposição de fotografia do fotojornalista Eduardo Gageiro
Eduardo Gageiro, 75 anos, tem ainda como sonho  fotografar os campos de refugiados pelo mundo e até já tem o apoio da ONU, mas uma grave doença não lhe vai permitir concretizar esse sonho, de momento. Agora são as exposições em Tábua, onde recebe a medalha de ouro da Câmara Municipal, depois é a exposição no Cairo (Egipto), seguindo-se Foz Côa, além de continuar a trabalhar como freelancer para a Cartier, Yamanha, Deutche Gramophone e Assembleia da República.

Tem publicado vários livros, com destaque para “Esta estranha Lisboa”, “Gente” e “Mulher”, e recentemente publicou “Fé” e “Silêncios”, este com fotografias de Jorge Sampaio, Cavaco e Silva, António Vitorino de Almeida, Ramalho Eanes, António Champalimaud ou Maria João Pires, entre outros, que posaram especialmente para Eduardo Gageiro.
Sobre a evolução da fotografia diz:…. "A diferença é o pormenor. Fundamentalmente a nossa cabeça é um computador que vai acumulando factos. E, quando fotografamos, esses factos reflectem-se todos. É a nossa vivência. Por isso é que eu acho que ter trabalhado na Fábrica de Loiças de Sacavém teve uma influência profunda em mim, porque eu olho as pessoas de uma maneira mais humana, com mais amor. Eu não podia ter outra profissão senão esta”.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Comunicação social em debate





Universidade Sénior organiza tertúlia
sobre a Comunicação Social



Decorreu ontem, dia 18, nas instalações da Fundação Prior Sardo, um encontro de alunos da Universidade Sénior com  três jornalistas: Fernando Martins, antigo Director do Correio do Vouga, colaborador de diversos jornais regionais e criador do blogue Pela Positiva; Carlos Naia, antigo jornalista do Jornal de Noticias e colaborador na imprensa regional e rádio; e Torrão Sacramento, Director do jornal O Ilhavense.
Carlos Duarte, coordenador da disciplina Fotografia/Comunicação, após ter apresentado os convidados, lançou aos três oradores as seguintes questões: Qual a história de O Ilhavense e de que forma continua a existir, dirigida a Torrão Sacramento; as principais diferenças do jornalismo de há 20 anos e o de hoje, para Carlos Naia; e, para Fernando Martins, como foi a transição de jornalista da imprensa escrita para a comunicação através de blogues e a sua opinião sobre a forma como se faz jornalismo hoje.
O Director do jornal de Ílhavo começou por descrever a história do jornal desde 1921,ano da fundação pelo Professor Pereira Teles, e cuja família continua hoje a ser a proprietária do jornal. Curiosa foi a apresentação de alguns manuscritos de 1905 (O Jardim) e a Violeta (1908) de autoria do fundador de O Ilhavense, cuja publicação, até hoje, só foi interrompida por oito meses.
O suporte financeiro tem sido a maior preocupação no jornal, já que nem todas as instituições, que deveriam apoiar o jornal, o fazem, indo apoiar outros jornais em outras localidades, devendo-se esta atitude à independência que sempre tem existido no jornal, o qual sempre esteve e continua aberto a todas as opiniões que tenham por objectivo o engrandecimento de Ílhavo, sem olhar a cores partidárias ou a credos religiosos, afirmou Torrão Sacramento
Carlos Naia aproveitou para enaltecer a importância da imprensa regional e a força que tem junto das populações e em especial dos emigrantes, salientando o trabalho do Director de O Ilhavense na divulgação da região. Sobre a crise na imprensa, com o encerramento de jornais, alertou para o facto da existência dos jornais gratuitos que, sendo propriedade de grandes grupos económicos, possuem uma máquina comercial de grande qualidade, estando neste momento a pôr em causa a imprensa tradicional, já que os anunciantes preferem publicitar os seus produtos nos jornais que se lêem mais.
A velocidade das noticias, com o surgir da Net, onde a informação é no momento, criam problemas que, para Carlos Naia, poderá vir a acabar com os jornais, tal como os conhecemos, já que quem hoje ainda compra jornais, na maioria dos casos, são pessoas com mais de 45 anos.
Fernando Martins, após ter afirmado que a mudança, relativa, dos jornais para os blogues, foi essencialmente devido ao stress numa profissão agreste e desgastante que foi acumulando ao longo dos anos.
Falando sobre os jornais e jornalistas de hoje afirmou que são os grupos económicos que hoje mandam na Comunicação Social o que impede que, muitas vezes, os jornalistas não possam fazer honestamente o seu trabalho, quando, por exemplo, são empresas ou pessoas desses grupos que estão em causa.
Denunciar o erro, as injustiças e a mentira assim como anunciar a verdade e contribuir para um mundo melhor, deve ser a missão de todos os jornalistas, o que hoje não acontece devido a muitos factores, sendo o principal a pressão que é exercida pelo patronato, esquecendo todas as regras deontológicas da profissão de jornalista.
No final, seguiu-se um animado debate entre os alunos e os oradores, terminando com a directora da instituição,  Cândida Silva,  por agradecer a presença dos alunos e convidados, lembrando que é também função da Universidade Sénior estimular estes debates para que se possa criar o espírito de crítica construtiva e de intervenção social de alunos, professores e convidados.





segunda-feira, 15 de março de 2010

sexta-feira, 12 de março de 2010

Fotografar também é acto de amor


Crie o vício e fotografe!



Após conhecermos bem a nossa máquina fotográfica, chega a hora da imaginação e da criatividade, que contam imenso para se obterem fotografias do nosso agrado. E já agora, aqui ficam  algumas dicas que vos podem ajudar a fazer ainda melhor:
- Coloque algum motivo em primeiro plano, de forma a preencher espaços vazios e que também podem servir de “moldura” à imagem a captar;
- Ao fotografar pessoas, procure colocá-las em destaque, ocupando a maior área da imagem;
- Devem ser fotografadas em atitudes naturais, sendo de evitar poses rígidas ou forçadas; converse com as pessoas e vá disparando enquanto conversa. Os resultados vão ser surpreendentes;
- Escolha o melhor ângulo através do visor da máquina, de cima para baixo, da direita para a esquerda, fazendo vários disparos para posterior visionamento;
- Atenção ao fundo do motivo principal. Nunca deixe que o fundo se destaque mais do que o motivo principal; é preferível mudar o motivo principal a fotografar;
Ver fotografias em revistas, jornais ou livros, analisando todas as imagens e tirando as suas próprias conclusões, sem ser pressionado pela opinião dos autores ou de outros. E  pense como faria,  se fosse você a tirar “aquela foto?”
Habitue-se a ver as fotos dos jornais sem estarem ligadas às notícias, e quando entrar numa livraria veja livros de fotografia (não paga nada por isso); quanto mais imagens puder apreciar, mais preparado fica para fazer as  suas próximas fotografias.
Deixe a imaginação fluir, não tente copiar (nunca há duas fotografias iguais) e pense que um motivo milhares de vezes fotografado, pode estar à espera de se apresentar numa foto inédita, que pode, muito bem, sair do seu  olhar e da sua máquina.

Ande a pé ou de bicicleta: vêem se cenas que de carro nunca poderiam  ser observadas. E não se esqueça:

AS MELHORES FOTOGRAFIAS NASCEM DA VISÃO ÚNICA DE CADA UM

Carlos Duarte

quinta-feira, 11 de março de 2010

Poema de Odete Filipe


OS OLHOS DO CÉU CHORARAM

Os olhos do céu choraram
Lágrimas apressadas,
Lágrimas tristes, magoadas
Trazidas nos braços do vento.
Eram gotas de saudade
Eram sonhos sem idade
Eram fios de prata no tempo.

A chuva molhou o silêncio da noite.
Abriu com mãos ágeis de criança
A arca dos meus segredos
O baú dos meus medos
E deixou-se ficar.
Trouxe com ela a saudade
Das memórias guardadas
Em caixinhas bem fechadas
Dos desejos por contar.

A chuva molhou o silêncio da noite
E fez dos desejos, medos
E dos medos fez segredos
Que continuei a guardar.
E na noite escura e fria
Fiquei de alma vazia
E deixei a saudade entrar.


Odete Filipe



quarta-feira, 10 de março de 2010

Mau Tempo atacou Fundação Prior Sardo


(Clicar na imagem para ampliar)

terça-feira, 9 de março de 2010

Colóquio na Universidade Sénior da Fundação Prior Sardo


“SER JORNALISTA HOJE”


No próximo dia 17, 4ª. Feira, pelas 15 horas, vai realizar-se na Universidade Sénior da Fundação Prior Sardo, um colóquio sobre o tema Comunicação Social nos dias de hoje, que contará com a presença de vários jornalistas da região.
Esta iniciativa está inserida no programa da disciplina Fotografia/Comunicação que decorre na US às segundas e quintas-feiras, das 11 às 12h, sob a orientação de Carlos Duarte.
Neste momento, às segundas-feiras, tem estado presente o fotógrafo Romeu Bio, para desenvolver o tema Fotografia Digital e o uso do Photoshop.
Às quintas-feiras, Carlos Duarte e convidados têm dialogado sobre o tema Comunicação Social. Neste espaço, contámos também com a presença do antigo jornalista aveirense Carlos Naia e ainda com o jornalista Carlos Teixeira da Rádio Terra Nova, ficando a promessa e o desejo de alargar o convite a outros jornalistas.
Todos os alunos estão convidados a participarem neste encontro!
Para que nos possamos organizar, em termos logísticos, solicitamos inscrições.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Visita de estudo à Quinta da Regaleira – Sintra





Para quando a próxima visita de estudo?

Maria Jorge (Canim), Texto
Custódia Lopes, Fotos

Penso não ser exagero, quando, eventualmente, poderemos comparar a nossa Universidade a um bebé. Tal, como ele, quando dá os primeiros passos anda um pouco trémulo e hesitante e vai melhorando dia a dia até andar com passo firme. Também nós, à medida que o tempo vai passando, nos vamos sentindo mais firmes nas nossas convicções e decisões.
Tendo uma aula de “Cultura e Oficinas Literárias”, na sequência da matéria, foi-nos sugerido, pelo Professor André Matias, uma visita de estudo à Quinta da Regaleira - Sintra, no passado dia 27 de Fevereiro (sábado). Prontamente nós acedemos. No entanto, esta viagem seria alargada a todos os alunos da Universidade Sénior e iríamos de autocarro cedido pela Câmara Municipal de Ílhavo.



De antevéspera, tudo combinado, dúvidas esclarecidas, explicados todos os pormenores, e, à hora marcada, estávamos 39 pessoas, incluindo o Professor (que nos serviria de guia), alunos e algumas pessoas da Direcção, incluindo a nossa Directora Dra. Maria Cândida Silva. Sim, porque Direcção que se preze, acompanha os seus alunos. Uns, porque iriam aproveitar o passeio e conhecer Sintra, outros porque iriam conhecer a Quinta e outros ainda porque a iriam rever.
Durante todo o dia de sexta-feira, alertas máximos na TV, grande temporal que se iria abater na nossa zona, inclusivamente pediam às pessoas para saírem de casa só em caso de necessidade. De certeza que passou pelo pensamento de alguém a sua desistência (até porque algumas pessoas já conheciam a Quinta), mas tínhamos assumido um compromisso e tínhamos de o respeitar.




Eram sete horas e vinte minutos, debaixo de chuva, carregados de impermeáveis, agasalhos, chapéus-de-chuva e lanche (sim, porque não havia paragem para almoço), rumámos a Sintra com algum receio.
Com uma paragem de cerca de vinte minutos, mais ou menos a meio do caminho, lá fomos nós tomar o nosso cafezinho da manhã. Qual pai a recomendar o seu filho, o nosso Professor André, que tem 28 anos, a lembrar aos seus pupilos e não só, da medicação que tinham de tomar.
Chegados a Sintra, por volta das onze horas, não tínhamos tempo a perder. O dia estava óptimo, tipicamente de Sintra, sem chuva, era altura ideal para começarmos a visita. Uns seguiam o Professor, os outros iriam onde quisessem e estaríamos todos reunidos cerca das dezasseis horas, junto à Piriquita (quem vai a Sintra, obrigatoriamente, tem de fazer lá uma paragem).



Dada a sua complexidade, não podemos reter na nossa memória tudo que vimos. No entanto, aqui deixamos, talvez, as mais expressivas.
A Quinta da Regaleira está situada em pleno Centro Histórico de Sintra, actualmente classificada como Património Mundial pela Unesco e foi adquirida por António Augusto Carvalho Monteiro, posteriormente conhecido por “Monteiro dos Milhões”, o qual viveu entre 1848 e 1920. Filho de pais portugueses emigrados no Brasil, adquiriram a sua fortuna incalculável na exploração de café e pedras preciosas. Cedo veio para Portugal, licenciando-se em Leis pela Universidade de Coimbra.
Aliando os seus sonhos mito-mágicos ao talento do arquitecto-cenógrafo italiano Luigi Manini, que viveu entre 1848 e 1936, no principio do século XX edificaram um conjunto de construções tão fascinante, quanto mítico e esotérico. Nada foi deixado ao acaso.




Como o Professor André nos dizia, não basta conhecer a Quinta, temos de “a sentir”. Toda ela está repleta de simbologia, onde se cruzam mitologia, lendas e alquimias. Cada pedra filosofal, cada estátua, cada rua, cada recanto, cada jardim, aquele carvalho onde foi posto, aquele leão, aquele fabuloso conjunto de torreões que nos oferecem paisagens deslumbrantes, tudo tem um significado e tudo é misterioso; os dois poços com escadaria em espiral, o número de degraus de cada escada, o último poço que no fundo tem uma estrela de oito pontas, onde primeiro temos de descer, para depois subirmos e nos sentirmos renascer; a passagem do túnel do poço cavaleiresco que  temos de atravessar completamente nas trevas para depois recebermos a luz do dia, tendo obrigatoriamente de atravessar os lagos, onde foram colocadas pedras para alcançarmos o outro lado da margem, passando antes por uma queda de água, como que a purificar - nos.
A construção dos edifícios é uma mistura dos estilos, gótico, manuelino e renascença. De realçar a igreja da Santíssima Trindade a invocar a aventura dos Cavaleiros Templários, de uma rara beleza, impressionante, onde, muito embora tudo se cruze, nunca encontramos um crucifixo; com vitrais impressionantes, vamos descer à cripta onde podemos sentir, com emoção, a presença do além.
Finalmente, o Palácio também ele repleto de simbolismo e riqueza. Na parte exterior podemos admirar a figura da Rainha Santa Isabel que, no regaço, em vez de pão tem pombas brancas; no interior, o salão de caça onde podemos ver pedrinha sobre pedrinha no chão e paredes, que, apesar dos anos, o tempo não corrompeu as aves ou as figuras geométricas; nas outras dependências do Palácio, podemos ver os tectos com a sua madeira impecavelmente talhada, aquele chão em madeira disposto geometricamente que parece intacto, a escadaria como foi edificada; candeeiros em ferro forjado, devidamente e ricamente trabalhado.




Pensamos que muita coisa ficará por dizer, mas, para quem já conhecia a Quinta, ficou a vê-la com outros olhos; para quem não a conhecia, ficou com vontade de lá voltar. E tudo, porque tivemos um extraordinário guia, que temos a certeza empregou toda a sua admiração e conhecimento ao nosso serviço. Por tudo, os nossos agradecimentos ao nosso belíssimo Professor André.
Para aqueles que não foram ver a Quinta (nem todos puderam ir, por uma questão de saúde), ficaram sem conhecer Sintra.
Novamente juntos, e, como estava combinado, lá fomos à Piriquita comprar os doces de recordação e matar um pouco a nossa gula.
Entretanto, o autocarro apareceu e era altura de regressarmos, já que começara a chover e o trânsito iria ficar cortado.


Tínhamos combinado jantar a meio da viagem, mas tal não foi possível. Havia um grande temporal na nossa zona e estávamos preocupados pois que algumas pessoas tinham, entretanto, sabido que havia por aqui árvores caídas, inclusivamente numa carrinha da nossa Universidade e em casa de, pelo menos, duas colegas nossas; também a casa do nosso Professor André tinha sido afectada por falta de energia e estava com a cave alagada. Era tempo de regressarmos tão depressa quanto possível.
De regresso a casa, a nossa viagem foi extraordinária, apenas com algumas dores nas pernas e pés (afinal somos seniores, não é verdade?).


Não nos queremos despedir, sem deixarmos os nossos agradecimentos ao Presidente da Câmara Municipal de Ílhavo e ao motorista do autocarro pelo belíssimo trabalho. Levou-nos e trouxe-nos com elevado profissionalismo.
Recentemente, alguém disse: não sei se há Deus, mas tenho a certeza que tenho um anjo-da-guarda.
E agora perguntarmos à nossa Direcção: para quando a próxima visita de estudo?