terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Porto de Aveiro: algumas notas históricas

Porto de Pesca Costeira


O Porto de Aveiro
nasce com a abertura da barra, em 3 de Abril de 1808

Painel de Zé Augusto
alusivo à inauguração da ferrovia (pormenor)


A natureza encarregou-se de nos dar uma ajuda, com as areias que foi depositando entre Ovar e Mira, dando lugar a povoações que de gente se foram enchendo. E porque a restinga não nasceu com dedo de engenheiro nem trabalho de homem, foi preciso abrir uma passagem para os navios entrarem e poderem descansar. O Porto de Aveiro nasceu a partir daí. E aí está.

De «um simples regueirão — como disse o ministro Mário Lino, em “Porto de Aveiro: Entre a Terra e o Mar”, de Inês Amorim — consolidou-se a BARRA. As maiúsculas significam, aqui, o denodo de todos os que, ao longo de mais de dois séculos, souberam vencer as forças da natureza, impondo a férrea determinação humana aos ventos que impeliam ao fechamento.»


A barra e o porto mostram a sua importância estratégica, ao permitir a entrada de trinta e oito navios, em 13 de Maio de 1809, protegidos pelo brigue de guerra “Port Mahon”, que transportavam alimentos e forragens para o Exército Inglês que operava na zona e se dirigia para o Porto, como se lê em “Aveiro 2009 — Recordando Efemérides”, de João Gonçalves Gaspar.

E acrescenta: «Logo depois, foi em reforço das tropas anglo-lusas em luta já em avanço vitorioso, acossando definitivamente para o norte, os invasores franceses. De facto, começara-se a notar a extrema importância da Barra Nova, que veio pôr termo a longas e frequentes tragédias em Aveiro e região.»

Regata dos Grandes Veleiros, em 2008


Depois da abertura, consolidadas as forças que impediam o fechamento, assistimos ao nascimento do nosso porto. Assistimos ao seu crescimento com novas valências, percebemos a projecção que se perspectivava, admirámos o aproveitamento de novas tecnologias portuárias. E agora, com ligação ferroviária ao centro da Europa, acreditamos que temos um porto com alicerces e estruturas para ser digno do passado, num mundo em mudança e cada vez mais competitivo e exigente.

Porto de Aveiro

1. Mola-real da economia regional e nacional
2. O mais polivalente porto português:
— Porto de Pesca Longínqua;
— Porto de Pesca Costeira;
— Porto Comercial;
— Porto Industrial.
Nota: Falta uma grande Marina

Porto de Pesca Longínqua

A frota de pesca longínqua, que teve em Aveiro a sua maior expressão, foi quase completamente destruída por imperativos comunitários. Os nossos políticos terão esquecido o nosso passado, essencialmente ligado ao mar.

Porto de Pesca Costeira

O Porto de Pesca Costeira estará a cumprir a sua missão, pois reúne condições, penso eu, para ser um pólo de desenvolvimento nesta área. Assim haja empresários à altura deste desafio de aproveitamento da nossa zona marítima.

Porto Comercial

O Porto Comercial está a ser a mola-real do nosso crescimento regional e até nacional. Com ligação ferroviária ao centro da Europa, mais e melhor futuro se espera…

Porto Industrial

O Porto Industrial, integrado no Comercial, é uma mais-valia para o nosso crescimento económico.

E a Marina?

Será preferível uma grande Marina ou várias pequenas Marinas?

Porto de Aveiro em números

1. 3,7 milhões de toneladas de mercadorias transportadas em 2010;
2. 25%, o aumento do crescimento em 2010, em relação a 2009;
3. 123 mil toneladas transportadas pelo comboio, nos primeiros oito meses de funcionamento;
4. Três comboios diariamente, em média, fazem a ligação Gafanha da Nazaré — Plataforma de Cacia
5. 5381 camiões foram retirados da rota do porto, graças ao transporte por ferrovia

NOTA: Algumas considerações sobre o Porto de Aveiro. Bibliografia recomendada: "Porto de Aveiro: Entre a Terra e o Mar", de Inês Amorim; "Exposição Histórico-Documental do Porto de Aveiro", edição da JAPA; "A Barra e os Portos da Ria de Aveiro", edição da APA; "O Porto de Aveiro", de S. Rocha e Cunha; entre outros trabalhos.

Fernando Martins

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