quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Alunos surpreendem pela sua dimensão humana...


Hoje estava na disposição de comentar o “comentar os comentários"  da Maria Albertina, mas apeteceu-me fazer um texto novo com o título:

Professora confessa-se!

Começo por realçar  "pela positiva” o novo aspecto do blogue: Gostei, parabéns!
Sebastião da Gama, conhecido professor/pedagogo e poeta do século xx, afirma no seu Diário que “uma aula acontece”. Porém, a prof. de LL da US aprendeu que, para que a tal aula aconteça bem, terá que ser devidamente preparada. Foi o que sempre fez durante a sua anterior vida profissional e orgulha-se de ter conseguido conduzir a situação nas aulas.
Pois é, mas há sempre uma primeira vez para tudo…
Acontece que os alunos de LL da US são diferentes!
E tal como se apropriam dos livros que lêem, como coisa sua (vide texto da aluna M. Albertina) os interpretam consoante a sua experiência de vida, ou como lhes apetece, também chamam a si as aulas desta disciplina, dão-lhes a volta que entendem e fazem daquele tempo um tempo seu, ao seu gosto, ao seu prazer…
E não é que envolvem de tal forma a professora que os minutos passam sempre a correr, entrando pela aula seguinte, a de Fotografia?! Qualquer dia o professor…
Eu costumo dizer que só gosto de escrever quando tenho algo de relevante para dizer.
Não sei se é bem visível nestas minhas palavras quanto gosto de partilhar esse tempo com estes alunos, como me surpreendem com a sua dimensão humana e como me obrigam a reflectir sobre conceitos que já considerava completos.

Maria Helena

5 comentários:

Albertina Vaz disse...

Olhem do que eu escapei… é que não é fácil ser alvo dos comentários da Prof.ª Helena Malaquias!
Aquele dedo em riste quando lhe trocam as voltas dá para assustar. Pois é sr.ªa Professora aqui as coisas não são fáceis. Mas também me parece que não gosta de coisas fáceis.
E isto de já ter “conceitos completos” desiluda-se, até porque não é isso que nos ensina todos os dias. Então não é verdade que a vida se constrói questionando cada conceito? Então não é isso que está a partilhar connosco?
E é claro que não nos apropriamos só dos livros que nos vai dando a conhecer, apropriamo-nos também da “nossa” professora de Literatura Lúdica que nos ajuda a vê-los e aos seus autores com a sensibilidade própria das pessoas grandes.
A sério, a sério: estamos todos muito gratos por termos a felicidade de partilhar os seus conhecimentos e um pouco da sua vivência. Bem-haja!

Maria Helena disse...

Noutra circunstância, diria que a Albertina se estava a bater à nota!
Assim, digo que o mais importante de todas as aulas é a partilha que todos fazemos das nossas experiências e vivências e a amizade que, sem dúvida,se vai construindo de forma natural e espontânea.

Unknown disse...

Eu gostei de ler "CAIM".
A história agradou-me e lê-se bem.
Mas não é uma obra de grande fôlego literário. É uma história bem imaginada, diga-se. Mas apenas isso. Nada mais que ficção.
(nem compreendo como uma história tão inocente pode gerar tanta polémica)
É somente um livro de aventuras:
- os personagens são fictícios;
- tem um déspota que tiraniza os seus súbditos;
- tem um héroi solitário que luta contra a opressão;
- tem viagens no tempo e no espaço, visitando universos paralelos, ao jeito da ficção científica,
e tem acessoriamente, mas fundamental, em termos de marketing,
- cenas de amor e, sobretudo, sexo. Sexo, explícito de preferência.
Todos estes ingredientes já os vi, ou li (no todo ou em parte)nos Lusíadas; nas aventuras de Robin Hood; nos filmes ao estilo "Passageiro do tempo", em que o herói interfere com factos e personagens históricos; na Odisseia; em filmes de cóbois ou de samurais...etc, etc...
Quando os actuais deuses forem desalojados do seu panteão, esta história ("CAIM" de JS) permanecerá no imaginário colectivo como mais uma narrativa épica. Uma narrativa onde um herói(humano, solitário e corajoso)enfrenta e questiona o seu adversário, Deus, sem, contudo se derrotarem mutuamente. Cada um percorrerá a sua existência por caminhos separados, mas paralelos. Sempre um à vista do outro.
Repito: conheço tantas histórias, mais ou menos, assim.
Se esta narrativa (CAIM) tem alguma mensagem, poderá ser esta: O HOMEM É DEUS DE SI PRÓPRIO.
Víctor Cabrita

Unknown disse...

Sei que na vida andamos sempre a aprender e que esta é feita de encontros e desencontros, já dizia alguém e tive eu a sorte de com esta idade ir para o US, me encontrar com a Profª. Helena, que, por sua vez, me "apresentou" Miguel Torga e sempre que ouvir ou ver este nome, ligá-lo-ei a esta professora. É que descobri que gosto dos versos deste escritor e tem um, para já, SÚPLICA, que acho fantástico, mecheu comigo até ao mais infinito do meu ser. Foi fantástico, ainda consigo descobrir em cada dia que passa, através de Profesoras como esta, que vale apena abrir a janela e olhar para o futuro. O tempo biológico não para, mas pode ser muito agradável.
Bem haja, Setôra!

José Luís Vaz disse...

Recordando:
Na US não se brinca! No início do ano lectivo 2010/11 em tarde soalheira, fazendo lembrar uma agradável tarde de primavera, foi efectuada a tradicional recepção aos caloiros. Todos participaram assumindo a sua posição “menor”, obedecendo às velhas concepções académicas (caloiro não tem direito a nada!)
Constatando:
Iniciam-se as aulas e… a primeira de LL. Uma sensação horrível! – Na minha frente deparava com uma Professora com um ar muito simpático mas em simultâneo tinha aquele olhar característico de quem está a pensar: “cá se fazem cá se pagam”. Tinha na minha frente a Professora que eu ingenuamente (sem saber!…) tinha ajudado a praxar.
Reflectindo:
Só tinha um remédio:
1. Portar-me bem
2. Fazer os trabalhos de casa
3. Participar nas aulas (comedidamente à cautela)
Desenvolvimento:
Estas aulas têm sido para mim uma verdadeira tortura. Se não falo, é porque devia falar…,Se falo, ouço logo “mas o Sr. José Luís vai calar-se?... vai deixar continuar a aula?” Se chego um pouco atrasado (só 5 minutos!), “Pode entrar pode, sente-se não perturbe a aula” . Sou uma vítima…
Perspectivando:
Desisto de Literatura Lúdica? Faço queixa a Ministério? Falo com o meu encarregado de educação? Mudo de nome? Não sei que faça…
Moral da história:
A Professora confessa-se. Quem quer bons professores, praxa-os primeiro. SER ALUNO DA PROFESSORA HELENA MALAQUIAS, É UM PRIVILÉGIO. (à cautela… ainda faltam uns meses até ao fim do ano!)